domingo, 22 de abril de 2012

Apesar de rumores, iPhone 5 nao deve ter tela de 4 polegadas



Smartphone da Apple hoje tem tela de 3,5 polegadas, menor que a de muitos rivais. Foto: Henrique Martin/ZTOP
Reais ou não, os rumores de que o iPhone 5 vá ter uma tela de 4 polegadas levaram especialistas a pensar em termos técnicos sobre a possibilidade. Desde seu lançamento em 2007, o smartphone da Apple mantém a tela de 3,5 polegadas, apesar de as concorrentes de Cupertino terem apostado em displays cada vez maiores - com o "smartphone-tablet" Samsung Galaxy Note assumindo a liderança às 5,3 polegadas.
O The Next Web ressalta que a hipótese de um iPhone com tela de 4 polegadas foi rechaçada, até agora, porque aumentar o tamanho diagonal do display tornaria obsoletos os aplicativos produzidos para os modelos no mercado até então, um total de mais 500 mil apps. Mas um ouvinte do podcast do The Verge fez a sugestão de aumentar apenas a dimensão vertical (a maior) da tela, em vez de crescer o tamanho do celular como um todo. Com isso, a única alteração necessária por parte dos desenvolvedores seria ampliar a área de visualização do app entre as barras superior e inferior.
A solução funcionaria para os aplicativos com gráficos próprios, mas os que usam elementos oferecidos pelo kit de desenvolvimento da Apple teriam, mesmo, de ser refeitos inteiramente - já que os componentes da Maçã não podem ser ampliados como os customizados, argumenta um site. O outro pondera que a Apple, que afinal é quem cria os elementos, poderia criar um mecanismo que os idenficasse e "auto-magicamente" os alterasse.
O desenvolvedor Paul Haddad, entrevistado pelo TNW, pondera também que mudar a proporção da tela (com alteração apenas de uma medida, no caso, a altura) seria "um problema ainda maios do que mudar a resolução, embora ambos fossem ser uma droga" (sic). "Apenas aumente o tamanho da tela, mantenha a resolução e faça todo mundo feliz", sugere.
Mas o The Verge descarta a possibilidade porque, ao aumentar o display para 4 polegadas e manter a resolução de 960 x 640, a qualidade Retina Display seria perdida. Isso porque a Apple considera que a Retina só é válida com mais de 300 ppi (pixels por polegada): hoje, o iPhone tem 326 ppi; se crescesse, seriam apenas 288 ppi. O máximo de tamanho que a tela poderia ter, pelos cálculos do site, seria 3,83 polegadas, "o que não seria tão maior do que as atuais 3,5 polegadas" para atrair o consumidor.
O TNW levanta, por outro lado, que mudar a proporção da tela afetaria também a apresentação em tela cheia das fotos tiradas com o iPhone, que ficariam, assim como a reprodução de mídias, mais compridas e menos largas - no caso, apareceriam como que 'cortadas'. Só que isso, para o site, seria limitador para o fotógrafo, e iria contra a filosofia da Apple de melhorar a câmera do iPhone (8 MP no 4S) para ela seja a única 'câmera fotográfica' que o usuário precisa levar consigo. A forma de resolver isso, para o site, seria tirar fotos em widescreen, o que a Apple "nunca faria".
Sobre as diferenças de tamanho com a nova resolução widescreen, o The Verge sugere deixar barras pretas nas laterais - ou partes superior e inferior da tela, em paisagem. Segundo o site, hoje a maior parte dos vídeos é encodada em 16:9, o que significa que para ser exibido no iPhone atual já deixa a faixa de 940 x 50 px preta em cima e embaixo do vídeo quando em modo horizontal; se o usuário tenta deixar o vídeo em tela cheia, perde uma faixa de 640 x 89 nas laterais, que são 'cortadas'. Se o próximo iPhone fosse de 4 polegadas e widescreen, com proporção 9:5, os vídeos deixariam listas pretas de apenas 7 pixels nas laterais, ou teriam apenas 4 pixels cortados em cima e em baixo, em tela cheia.
A usabilidade do iPhone widescreen com uma mão também seria colocada em xeque, contra-argumenta o TNW. Hoje, segurando o telefone, é possível acessar qualquer ícone da tela com o polegar, sem fazer muito esforço. Se a tela crescesse verticalmente, por outro lado, uma mão de tamanho comum não conseguiria alcançar os atalhos dispostos na parte superior do telefone - o questionamento foi bastante debatido quando do lançamento do Galaxy Note.
Se a possível tela de 4 polegadas tivesse a mesma proporção atual - que não afetasse os apps - e coubesse em um telefone com corpo da mesma largura do atual - para não interferir na usabilidade - o TNW acredita que pode, sim, haver alguma possibilidade de um display maior na próxima geração do iPhone. Mas, ainda assim, ela não seria widescreen, opina. O The Verge argumenta que sim, o tamanho maior de tela seria um diferencial de mercado para o iPhone. Se a Apple vai mesmo fazer isso, o site responde: "provavelmente... não. Mas enquanto há vida sempre há esperança".

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